domingo, 15 de outubro de 2023

Jesus viveu no Antigo Testamento. Joaquim Jeremias

 

Não se pode entender de forma alguma as suas palavras sem o conhecimento do Antigo Testamento. Sua última palavra foi, segundo Marcos, o começo do Sl 22, rezado na sua língua materna, o aramaico (Mc 15.34). apreciava de modo especial o profeta Isaías, e nele sobretudo as promessas e ditos sobre o Servo de Deus do Dêutero-Isaías. Tiveram grande importância para ele também as palavras apocalípticas de Daniel. Predominam numericamente nos lábios de Jesus citações literárias e livres do saltério, que pelo visto era o seu livro de oração. Menciona repetidamente os doze profetas, cita com frequência o profeta Jeremias. Faz numerosas referências ao Pentateuco.

Jesus honrou o culto e viveu o ano litúrgico do seu povo. Ele desejou que o templo fosse santificado (Mt 11.15-18), pois Deus está presente nele (v. 17).  

terça-feira, 4 de maio de 2021

Jesus Histórico: O Caminho do Amor e do Cuidado. David Rubens de Souza


Como Jesus foi visto ao longo da história? Em cada período Jesus foi interpretado de forma muito particular. Diante disso surgem algumas questões: seria possível reconstruir o verdadeiro Jesus histórico? O que os evangelhos ensinam sobre o Homem de Nazaré? Qual foi sua mensagem? Como foi seu ministério? Com quem ele andava? Será que os evangelhos apresentam respostas para esses dilemas? 
O movimento criado por Jesus há cerca de dois mil anos atrás continua até hoje, mas seria possível reconhecer a mensagem e a prática de Jesus no movimento que leva o seu nome? Qual a relação da igreja atual com o caminho de Jesus relatado nos evangelhos? 
É preciso saber quem foi Jesus para entender qual é a missão dos cristãos hoje.

Apresentação: Brochura 
Formato: 12 x 18cms 
ISBN: 978-85-5507-379-3
Páginas: 110 
Edição: 1ª 
Ano Publicação: 2016
Editora: Prismas

 Jesus Histórico: O caminho do amor e do cuidado 

David Rubens de Souza 

Abordagens sobre Jesus

 


• O Jesus real: é o homem Jesus de Nazaré, o Jesus da história, que viveu na Galiléia na primeira metade do I séc. Pelo que podemos reconstruir, era filho de José o carpinteiro e de Maria, e tinha provavelmente outros irmãos chamados Tiago, José, Simão e Judas (Mt 13,55). Deve ter sido discípulo de João Batista e, depois da morte dele, atuou três anos como rabi, sendo condenado e crucificado, talvez na Páscoa do ano 30. Se de um lado conhecemos bem os dados relativos ao final de sua vida, sua infância e juventude são envolvidas no mistério, e as narrativas de que dispomos não passam de relatos míticos. Não temos fontes diretas sobre o Jesus real, mas só memórias literárias, sujeitas às limitações próprias destes documentos.

 • O Jesus histórico: é a reconstrução da figura de Jesus a partir dos dados a nossa disposição, vindo de várias fontes: a literatura bíblica e extra-bíblica do I séc.; a arqueologia; a sociologia; a historiografia, etc. Este trabalho, servindo-se de vários métodos científicos, busca reconstruir e entender o contexto histórico, sociológico e religioso do tempo de Jesus, tentando entender e imaginar o impacto de sua pessoa e mensagem dentro deste mesmo contexto. Parte-se do pressuposto que Jesus deve ser lido dentro do contexto galiláico de sua época. Não sabemos se o Jesus histórico corresponda ao Jesus real: com certeza se aproxima bastante a ele.

 • O Jesus teológico: é o Jesus das afirmações dogmáticas da Igreja, sobretudo dos primeiros quatro concílios que definiram os elementos fundamentais da cristologia, diante da fragmentação e do pluralismo das definições e dos movimentos religiosos: Nicéia (325), Constantinopla (381), Éfeso (431), Calcedônia (451). É o Jesus da fé, diferente do Jesus real, mesmo que tenha elementos do Jesus histórico, e que será a base da unidade da fé das Igrejas que a ele se referem.

• O Jesus da fé: é o Jesus crido, na resposta de fé do fiel que encontra o Jesus da história. É o Jesus considerado o Filho de Deus, o Senhor da história, o Salvador, o Messias, etc. Neste nível, o Jesus real, como ele era, o contexto em que vivia, o que realmente disse e fez, tem menor importância. Vale o Jesus imaginado, representado, sonhado, na maioria das vezes relacionado com os próprios desejos e necessidades. É um Jesus que já se transformou num verdadeiro símbolo, mas que tem o poder de orientar a vida e se tornar a referência ética fundamental de grupos e pessoas.

José Antonio Pagola e John Paul Meier

 John P. Meier é um sacerdote católico, especialista na análise dos evangelhos, tendo estudado na Universidade Gregoriana e no Instituto Bíblico de Roma, e agora é professor, dá conferências e escreveu vários livros. José Antonio Pagola estudou nessas mesmas instituições e, além disso, na Escola Bíblica de Jerusalém, e também é professor, dá conferências e escreve livros. Ambos coincidem especialmente no fato de terem escrito uma obra sobre Jesus com uma finalidade muito semelhante: uma aproximação histórica.

Entre essas duas obras, existe uma diferença que pode se dever à diferença de currículo de seus autores. Enquanto Meier se dedicou exclusivamente à pesquisa, Pagola foi durante muitos anos vigário-geral da diocese, o que o obrigou a dedicar menos tempo à pesquisa de livros para se entregar a tarefas que envolvem o contato cotidiano com as pessoas e os problemas do mundo real.
Assim, a obra de Meier é eminentemente científica e especializada. Na realidade, ele já publicou quatro tomos da obra na edição inglesa e provavelmente fará alguns mais. Por outro lado, o livro de Pagola é um só tomo que, sem diminuição do rigor científico, é mais pastoral e acessível. Mas o enfoque e a metodologia de ambos são os mesmos.
As dimensões da obra de Meier permitem-lhe expor extensamente essa metodologia em seu primeiro tomo, desde a página 1 até a 201, o que Pagola faz de forma resumida. Assim diz Meier nas primeiras linhas da introdução (vol. 1, p.1): “Por Jesus histórico, entendo o Jesus que podemos recuperar, recobrar ou reconstruir utilizando os instrumentos científicos da pesquisa histórica moderna”. “Esse Jesus histórico sempre será um construto científico, uma abstração teórica que não coincide nem pode coincidir com a plena realidade de Jesus de Nazaré”. “Meu método segue uma regra simples: dispensa o que a fé cristã ou o ensinamento posterior da Igreja dizem sobre Jesus” (Cito edição portuguesa da obra “Um Judeu Marginal”, vol. 1, Ed. Imago, Rio de Janeiro, 1993; vol. 2, 1996; vol. 3, 2001; vol. 4, 2009).
Então, qual é a finalidade de seu trabalho de recuperação dessa “abstração histórica”? Para explicar isso, Meier imagina um “conclave não papal” de quatro historiadores especialistas do século I (um católico, um protestante, um judeu e um agnóstico), aos quais ele tranca em uma biblioteca, da qual não sairão até que, baseando-se em fontes e argumentos históricos, tenham concordado sobre um documento sobre quem foi Jesus e quais foram suas intenções em seu próprio tempo e lugar.
Obter-se-ia assim, diz, um documento redutivo, sim, e minimalista, mas que estaria aberto à verificação de toda pessoa que utilize unicamente os métodos históricos. Teríamos um rascunho do que “toda pessoa razoável” poderia dizer sobre o Jesus histórico. “Essa limitada declaração de consenso”, acrescenta Meier, “é o modesto objetivo deste trabalho”.

Essa metodologia de aproximação histórica, que Meier explica extensamente no tomo 1 (p. 1-201), ele volta a lembrar no começo dos tomos 2 (p. 4-6) e 3 (p. 9-12), enquanto que no tomo 4, como se estivesse contestando os detratores de Pagola, ele insiste que esse Jesus histórico não pretende ser “o Jesus real (a realidade total de tudo o que ele disse e fez durante sua vida), nem o Jesus teológico, objeto da reflexão sistemática baseada na fé cristã” (tomo 4, p. 12). Ele tenta ser a figura histórica sobre a qual os especialistas do “conclave não papal” estariam de acordo.
E dá um exemplo. Esses especialistas estariam de acordo que Jesus “padeceu sob o poder de Pôncio Pilatos, foi crucificado, morto e sepultado”, palavras que figuram na confissão de fé da Igreja, mas que testemunham também um fato histórico afirmado pelos historiadores romanos Flávio Josefo e Tácito, além de numerosas fontes cristãs independentes entre si. O que eles não aceitariam como historiadores é que “por nós, homens, e para a nossa salvação, foi crucificado”.
Com esses pressupostos, Meier apresenta uma imagem do Jesus histórico que é muito semelhante à da “aproximação histórica” de Pagola. Além disso, em alguns pontos “delicados”, como os irmãos de Jesus ou a virgindade de Maria depois do parto, pode ser até mais radical. Ambos os autores utilizam a mesma metodologia. Meier analisa de forma mais detalhada as fontes históricas e todos os episódios da vida de Jesus para extrair dessas fontes o que é possível remontar até os anos mais próximos desse tempo. Pagola faz isso de forma mais resumida, mas citando em suas abundantes notas as opiniões dos pesquisadores mais importantes que trataram desses temas.
O documento de consenso, o que toda pessoa razoável – crente ou não – poderia admitir como conclusão desse crivo histórico, isto é, a imagem do Jesus histórico à qual ambos os autores chegam, é praticamente o mesmo: um homem de seu tempo que, baseando-se em uma viva experiência de Deus e de intimidade com Ele, anuncia que, em sua pessoa e nas obras que realiza, faz-se presente o Reino de Deus, que consiste principalmente na acolhida dos pecadores e excluídos, a libertação e a cura das pessoas e a esperança de uma vida plena de Deus.
Evidentemente, essa frase não pretende resumir os importantes traços históricos que aparecem nos quatro tomos de Meier, nem os amáveis matizes de Jesus que Pagola destaca, mas, na realidade, são essas características não eclesiásticas da pessoa de Jesus, historicamente comprováveis, que incomodam os censores.
Pois bem, todos sabemos o que aconteceu com o livro de Pagola, a perseguição à qual foi submetido e, por último, a retirada do livro por ordem de... quem? Por outro lado, da obra de Meier, publicaram-se quatro tomos nos EUA com o imprimatur da diocese de Nova York (o do quarto tomo tem a data do dia 16 de dezembro de 2008), e seus três primeiros tomos foram traduzidos para o espanhol e publicados em quatro tomos pela editora católica do Verbo Divino, com todas as permissões e sem que nenhum membro da hierarquia espanhola tenha dito alguma coisa.
A que se deve essa diferença? Por que as autoridades eclesiásticas espanholas aprovam a publicação da tradução da obra de Meier, o que implica que, como as norte-americanas, entendem e aceitam sua metodologia, mas, por outro lado, acendem suas fogueiras inquisitoriais contra o livro de Pagola?
Cabe pensar que não é provável que algum membro da citada hierarquia tenha tido a paciência suficiente para engolir os quatro tomos de Meier com suas milhares notas. Uma característica comum dos censores é a preguiça intelectual: não é preciso ler muito para condenar.

A busca ao Jesus Histórico continua. John P. Meier

 


O título da obra de John P. Meier, Um judeu marginal, é provocativo e indica um personagem que está no centro da difusão do cristianismo, mas que se situa "às margens" da sociedade política e religiosa do seu tempo.
A análise é do teólogo italiano Rosino Gibellini, doutor em teologia pela Universidade Gregoriana de Roma e em filosofia pela Universidade Católica de Milão, e republicado pelo blog Teologia, da Editora Queriniana, 13-11-2014. A tradução é de Moisés Sbardelotto.

Eis o texto.
"Jesus virou-se e, vendo que o seguiam, perguntou: 'O que buscam?' Eles responderam: 'Rabi (…) onde moras?' Jesus lhes disse: 'Venham e vejam'" (Jo 1, 38-39a).
Poder-se-ia citar essas palavras, que soam como um convite para a busca, também para a incessante busca do Jesus histórico, que é um capítulo criativo, dinâmico e ainda ativo dos estudos históricos, bíblicos e teológicos.
Entre os nomes mais em circulação, é preciso citar o do biblista norte-americano John Meier, autor da obra Um judeu marginal. Repensando o Jesus histórico (Ed. Imago), já publicada em quatro grossos tomos, em um total de cerca de 3.000 páginas e, agora, em fase de continuação e de conclusão.
O biblista da Notre Dame University (South Bend, Indiana) já entregou à editora Yale University Press (New Haven, Connecticut) o quinto volume, que está previsto para ser publicado em edição inglesa e também em edição italiana – e já se pode pensar que seguirá um sexto volume conclusivo (que não exclui um sétimo volume final).
A obra é bem definida pelo subtítulo Repensando o Jesus histórico. O título, Um judeu marginal, é provocativo e indica um personagem que está no centro da difusão do cristianismo, mas que se situa "às margens" da sociedade política e religiosa do seu tempo.
Meier escreve: "O primeiro e mais importante significado que dou ao termo aplicado a Jesus sublinha a simples realidade de que, do ponto de vista da literatura judaica e pagã do século posterior a Jesus, o Nazareno foi no máximo um 'pontinho' na tela do radar. A pessoa que ia se tornar o centro religioso da civilização europeia começou tão longe, na periferia, que era quase invisível. É esse paradoxo, ao menos, que o rótulo 'marginal' pretende sublinhar para o leitor" (vol. 3, 16-17).
Meier está em busca do Jesus histórico, alcançável pelos métodos da crítica histórica, mas que não é o Jesus real (considerado na totalidade da sua personalidade) nem o Jesus teológico da cristologia, que se vale de outras metodologias legítimas.
Escreve Meier: "O que eu entendo, portanto, quando falo do Jesus histórico? O Jesus histórico é aquele Jesus que podemos recuperar ou reconstruir servindo-nos do equipamento científico da pesquisa histórica moderna aplicada às fontes antigas. Por sua natureza, o Jesus histórico é uma abstração e uma construção moderna. Ele não tem a mesma extensão da realidade completa de Jesus de Nazaré, que compreende tudo o que Jesus de Nazaré disse ou fez durante os cerca de 30 anos da sua vida" (vol. 4, 18).
O autor imagina, para esse seu trabalho "historiográfico", um conclave não papal: "Se um católico, um protestante, um judeu e um agnóstico – todos honestos historiadores competentes dos movimentos religiosos do primeiro século – fossem trancados nas entranhas da biblioteca da Harvard University School […], sem a chance de sair antes de terem elaborado um documento comum sobre quem era Jesus de Nazaré e sobre o que ele significou […]" (vol. 1, 7), Um judeu marginal é o que, segundo Meier, esse documento revelaria.
A obra foi idealizada, no início, como um único volume como Manual, mas foi pensado, e continua sendo pensado, em quatro grandes partes, mesmo que os número dos tomos se ampliam, até chegar agora, nas previsões, ao número de seis tomos.
Escreve Meier: "O desejo de uma exposição global e imparcial exigiu, portanto, mais espaço do que se pensou originalmente para esta biblioteca" (vol. 2, 7).
A biblioteca é o Anchor Bible Reference Library, que representa uma das mais importantes bibliotecas de estudos bíblicos em nível internacional.
A primeira parte principal é metodológica e corresponde à primeira parte do Vol. 1, As raízes do problema e da pessoa (1991). Nessa primeira parte do Vol. 1, As raízes do problema, dão-se todas as indicações necessárias sobre a história do problema e do método histórico-crítico praticado. Extremamente interessante, ele é uma introdução metodológica.
A segunda parte do Vol. 1, As raízes da pessoa, entra no tema, tratando sobre o nascimento, os anos do desenvolvimento e do ambiente cultural de Jesus, necessários para entender a cena na qual Jesus entrou no início do seu ministério. Essa segunda parte do Vol. 1 constitiu a segunda parte principal da discussão, dedicada ao contexto da vida de Jesus de Nazaré.
Em síntese: primeira parte: o método; segunda parte: o contexto.
A terceira parte principal se ocupa do ministério público e inclui o Vol. 2 e o Vol. 3.
O Vol. 2, Mentor, mensagem e milagres (1994), se divide em três partes. A primeira parte, sobre o Mentor, centra-se na única pessoa que exerceu a maior e singular influência sobre o ministério de Jesus, ou seja, João Batista.
A segunda parte, a Mensagem: "Toma-se a tal ponto como evidente que, no coração da mensagem de Jesus, está o símbolo-chave do 'Reino de Deus'" (Vol 2, 20).
A terceira parte é dedicada aos Milagres. A Bultmann e discípulos, que afirmam que "o homem moderno não pode acreditar em milagres", Meier responde: "Bultmann e companhia não podem vir me dizer o que o homem moderno não pode fazer, quando os dados empíricos e sociológicos provam que o homem moderno faz justamente aquilo que eles negam" (Vol. 2, 22), isto é, procuram milagres.
O Vol 3, Companheiros e antagonistas (2001), ainda pertence à terceira parte principal, sobre o ministério público. Ele se divide em duas partes. A primeira parte explora a relação de Jesus com os seus seguidores judeus (a multidão, os discípulos, os doze).
A segunda parte explora a relação de Jesus com os seus antagonistas judeus (os fariseus, os saduceus, os essênios, os qumranitas, os samaritanos, os escribas, os herodianos e os zelotas).
O Vol. 3 conclui a segunda parte principal da obra, dedicada justamente ao ministério público.
Em síntese:
Primeira parte: Método (Vol. 1)
Segunda parte: Contexto (Vol. 1)
Terceira parte: Ministério público (Vol. 2 e Vol. 3)
Com o Vol. 4, entramos na quarta parte principal: os enigmas da vida de Jesus: leis, parábolas, autodesignações, morte.
A obra se concluiria com o Vol 4, intitulado Os últimos enigmas da vida de Jesus: leis, parábolas, autodesignações, morte (Vol. 3, p. 648-649). Mas já o primeiro enigma, a lei, envolveu o autor em um denso volume, o Vol. 4, Lei e amor(2009).
No Vol. 4, seguiram-se todas as discussões de Jesus sobre a lei, escrita e oral. Meier escreve repetidamente: "O Jesus histórico é o Jesus halakhico, isto é, o Jesus preocupado e comprometido a discutir a Lei mosaica e as questões práticas que dela brotam" (Vol. 4, p. 21).
Encontrei o autor no seu escritório, enquanto, diante do seu computador, estava trabalhando sobre esse quarto volume, em 2002, durante um congresso teológico do qual eu participava na Notre Dame University, onde ele é professor de estudos bíblicos.
Ele se lamentava da lentidão do trabalho, devida a motivos de saúde, mas também à grande quantidade de referências textuais do patrimônio legal do judaísmo, que diziam respeito ao tratamento do tema: Jesus e a Lei (que não deve ser contraposto ao amor, e, de fato, o tema do Vol. 4 é formulado assim: Lei e amor).
Meier já concluiu a parte sobre o segundo enigma: o fato de Jesus falar em parábolas, e já o entregou à nova direção, que passou do célebre estudioso Dr. David Noel Freedman (que morreu em abril de 2008), junto à editora Doubleday, Nova York, ao Prof. John Collins, junto à Yale University Press, New Haven (Connecticut, EUA), que adquiriu o programa bíblico da Doubleday.
Como informa uma recente correspondência com a editora Queriniana, o Prof. Meier comunicou que o Prof. Collins avalia como "revolucionária" (revolutionary) o tratamento das parábolas e, portanto, comunica que se proceda imediatamente à edição como Vol. 5.
O autor deve adaptar-se a essa decisão editorial. O Vol. 5 é esperado para 2015 em inglês e, previsivelmente, também em italiano.
Portanto, restam os dois últimos enigmas a serem tratados no Vol. 6: a linguagem arcana das autodesignações (um termo melhor do que "títulos", ou "títulos cristológicos" de Jesus); os trágicos dias finais com a crucificação, morte e sepultamento (a ressurreição pertence ao Jesus real, mas não ao Jesus histórico); salvo depois propor um epílogo de síntese, já anunciado no Vol. 1, p. 22: "Um epílogo tentará, depois, algumas primeiras reflexões, tanto históricas quanto teológicas, sobre tudo o que veremos. Como deixarei claro naquele momento, esta obra inteira é, em certo sentido, uma introdução e um convite aos teólogos, para que obtenham desta pesquisa particular o que pode ser útil para a tarefa mais ampla da cristologia contemporânea – o que, evidentemente, este livro não aborda" (esse epílogo conclusivo, talvez, poderia ser o Vol. 7, final da obra).
O caminho ficou mais curto, mas ainda continua sendo "longo e empoeirado", como muitas vezes o autor da grande obra o define.

Um Judeu Marginal: Repensando o Jesus Histórico

 Um judeu marginal. Nova visão do Jesus histórico I

As raízes do problema e da pessoa

Entre outras questões difíceis neste livro aborda algumas tão fundamentais como: Jesus foi concebido virginal? Será que ele tem irmãos e irmãs? Ele era casado ou solteiro? Analfabeto ou dominava o grego e hebraico, além de aramaico? O tratamento rigorosamente científico e abrangente do Jesus histórico deste livro é uma contribuição marcante.

SIGLAS
APRESENTAÇÃO
uma palavra de agradecimento
INTRODUÇÃO
PARTE: raízes do problema 
Capítulo 1: Conceitos Básicos: o verdadeiro Jesus histórico e o Jesus 
Capítulo 2: FONTES: Os livros canônicos do Novo Testamento 
Capítulo 3: Fontes: Josefo 
Capítulo 4: Fontes: Outras pagãs e escritos judaicos 
Capítulo 5: FONTES: Agrapha e evangelhos apócrifos 
Capítulo 6: CRITÉRIOS: Como é que vamos decidir o que vem de Jesus? 
Capítulo 7: CONCLUSÃO DA PARTE 
Capítulo 8: No início... ORIGENS de Jesus de Nazaré 
Capítulo 9: No INTERN... língua, educação e sócio-econômicas ESTATUTO 
Capítulo 10: NA INTERN: família, estado civil 
Capítulo 11: “quinze anos...” Cronologia da vida DE JESUS
​ESCRITURA INDEX 
autores índice 
ÍNDICE DE ASSUNTOS 


Um judeu marginal. Nova visão do Jesus histórico II / Parte 1
João e Jesus. O reino de Deus

Neste volume o tratamento direto das palavras e atos de Jesus relacionado com o começo de seu ministério público. Ele é dividido em três partes principais: “mentores”, “mensagem”, e “milagres”, aludindo claramente a títulos de conteúdo.

SIGLAS 
uma palavra de agradecimento 
Introdução 
Parte I: JUAN JESUS ​​E 
Capítulo 12: João e Jesus. Batista e rito batismal 
Capítulo 13: JESUS​​COM JUAN E SEM
Parte II: O Reino de Deus
Capítulo 14: O REINO DE DEUS, a vinda de Deus com poder para reinar.
PARTE I: FUNDAMENTOS
Capítulo 15: O REINO DE DEUS, a vinda de Deus com poder para reinar.
PARTE III: JESUS​​PROCLAMAÇÃO DE REINO FUTURO
Capítulo 16: O REINO DE DEUS. A vinda de Deus com poder para reinar.
PARTE III: O REINO E PRESENTE 


Um judeu marginal. Nova visão do Jesus histórico II / Parte 2
Milagres

2 ª parte do Volume II. Nele, John P. Meier, estuda muito bem o assunto de milagres. Através de sua pesquisa, é possível aproximar-se da pessoa de Jesus, dois mil anos depois de seu tempo na terra.

Capítulo 17: MILAGRES E a mente moderna: Como devemos tratar os contos de um historiador de milagres, o que é um milagre?
 Capítulo 18: milagres e velha mentalidade: Milagre e mágicos, tradições pagãs sobre Apolônio de Tiana, Milagres na literatura dos milagres do Mar Morto em Josefo.
Capítulo 19: historicidade dos milagres de Jesus: a questão global LA historicidade: milagres e da historicidade de toda a questão, a conclusão. 
Capítulo 20: exorcismos: tipos de milagres, exorcismos
Capítulo 21: A CURA: paralíticos Cura e aleijados, a cura do cego, pessoas que sofrem de curas “lepra” Vários dos termos de um único caso. O caso especial da cura do servo do centurião.
Capítulo 22: ressurreições: observações preliminares, o conteúdo ea forma de as histórias de ressurreição, a tradição de Marcos, a tradição Lucan, a tradição joanina, a tradição Q: “os mortos”
Capítulo 23: os milagres da Nature Calls: Os “milagres sobre a natureza”, uma categoria duvidosa, categorias alternativas, o imposto do templo, a maldição da figueira, a pesca milagrosa, Jesus caminhando sobre as águas, a acalmar da tempestade a conversão da água em vinho...
Conclusão de Volume II 


Um judeu marginal. Nova visão do Jesus histórico III
Parceiros e concorrentes

John P. Meier lida neste terceiro volume com uma rede decisiva do judeu Marginal. O relacionamento de Jesus Cristo com grupos judeus, muitas vezes negligenciadas em trabalhos sobre os indivíduos históricos de Jesus. Mas além de colocar ênfase na relação de Jesus, este terceiro volume está inextricavelmente entrelaçado com um segundo aspecto chave, que também tem sido negligenciado em alguns trabalhos modernos sobre o Jesus histórico natureza essencialmente judaica desses relacionamentos.

SIGLAS 
AGRADECIMENTOS 
Introdução ao Volume III:
JESUS, O JUDEU nas suas relações com outros judeus.
Ponto central do Volume III Jesus judeu em suas relações com outros indivíduos e grupos judaicos viajar II.
Mapa Volume III. Lembrete das regras que regem esse trabalho para a introdução
Notas Parte I: Jesus, o Judeu Judeus e seus seguidores
Capítulo 24 JESUS ​​EM CONEXÃO COM SEUS SEGUIDORES.. 
As multidões I. Introdução: Em busca da designação apropriada 
II. O círculo exterior: as multidões 
Notas
Capítulo 24 
Capítulo 25
RELAÇÃO DE JESUS COM SEUS SEGUIDORES.. 
DISCÍPULOS 
I. Será que os discípulos de Jesus eram históricos?
II. Características dos discípulos de Jesus 
III. As fronteiras pouco claras dos discípulos: as mulheres eram discípulos que seguiram Jesus 
IV. As fronteiras pouco claras dos discípulos: seguidores de Jesus não deixaram suas casas. 
Cartas Capítulo 25 
Capítulo 26. JESUS ​​EM CONEXÃO COM SEUS SEGUIDORES. Existência e natureza DOS DOZE 
I. Discípulos, e os Doze Apóstolos: o problema da terminologia 
II. A existência dos Doze durante o ministério de Jesus e função
III. Natureza dos Doze 
Notas do Capítulo 26 .
Capítulo 27 JESUS ​​EM CONEXÃO com os seus seguidores. MEMBROS dos Doze 
I. As sérias limitações desta pesquisa 
II. Exame dos vários membros dos Doze 
III. Conclusão Jesus em relação a seus seguidores 
Notas ao Capítulo 27 
Parte: Jesus e os judeus CONCORRENTES JUDEUS 
Capítulo 28. JESUS ​​EM CONEXÃO COM CONCORRENTES grupos judaicos. Fariseus 
I. Introdução modo
II. O pano de fundo: Fundo do movimento 
III. O problema de fontes e método 
IV. Os fariseus 
Capítulo 28 Notas 
Capítulo 29 JESUS ​​EM CONEXÃO COM CONCORRENTES grupos judaicos. Os saduceus
I. O problema de identificar os saduceus
II. As disputas com os saduceus sobre a ressurreição dos mortos (Mc 12, 18-27)
Capítulo 29 Notas 
Capítulo 30. JESUS ​​EM CONEXÃO COM GRUPOS CONCORRENTES JUDEUS. Essênios Os outros grupos 
I. Destaques Qumran essênios e samaritanos
II. Os herodianos 
III. Os Zelotes 
Notas do Capítulo 30 


Um judeu marginal. Nova visão do Jesus histórico IV
Lei e amor

Neste volume IV, Meier dirigi uma nova direção sobre os ensinamentos do Jesus histórico relativos a Lei mosaica e da moralidade, com o mesmo rigor que ele mostrou nos volumes corretos anteriores. Depois de equívocos a respeito da Lei Mosaica nos tempos Jesus, este volume aborda os ensinamentos de Jesus sobre questões jurídicas, tais como o divórcio, juramentos, sábado, as leis de pureza e os vários mandamentos de amor contidos nos Evangelhos. O que é o perfil de investigação do Meier é um complicado primeiro século palestino judeu, que, longe de tentar abolir a lei, entrou profundamente em discussões relativas à execução.






John Paul Meier é um dos mais importantes estudiosos da Bíblia da atualidade. Doutor em Sagrada Escritura no Pontifício Instituto Bíblico de Roma (1976), é professor de Novo Testamento no Departamento de Teologia da Universidade de Notre Dame (Indiana, EUA). Foi editor da Bíblica Católica Quarterly e presidente da Associação Bíblica Católica.





Em Português pela Editora Imago

Jesus viveu no Antigo Testamento. Joaquim Jeremias

  Não se pode entender de forma alguma as suas palavras sem o conhecimento do Antigo Testamento. Sua última palavra foi, segundo Marcos, o c...